Tendências digitais para 2013


São Paulo - O ano de 2012 foi marcado por uma forte movimentação no mercado digital. Muitas empresas surgindo e muitas consolidações apontando. O ano foi importante para a maturação do mercado, que, apesar de muito falado, ainda é bastante recente.

Para a e.Bricks Digital o ano foi bastante estratégico, com investimentos relevantes feitos em empresas líderes de mercado, como é o caso da Wine.com.br. Hoje já fazem parte do portfólio da companhia nove empresas dos setores de e-commerce, mobile e digital media e tecnologia.
Analisando este movimento, acreditamos que 2013 será um ano bastante interessante para algumas frentes do meio digital. Já maduro em outros países, o e-commerce deve crescer consideravelmente nos próximos 12 meses. O Brasil começou a dar alguns passos neste sentido com a construção de empresas relevantes, mesmo com pouco tempo de vida. Ainda há oportunidade de ampliação, pois existe muito gargalo, mas há uma série de fatores que vão acelerar este crescimento, em especial três:

1 - As classes C e D nunca estiveram tão conectadas. A penetração de internet nesta faixa socioeconômica representa mais da metade do mercado de internet banda larga do Brasil, segundo levantamento realizado pelo Data Popular.

2 - Junto com o acesso à internet, a classe C adquiriu poder de compra. O crescimento da economia do país, mais geração de renda e emprego, abriu uma nova gama de consumidores.  Segundo dados da eBit, 61% dos novos e-consumidores do Brasil possuem renda familiar de até três salários mínimos.

3 - Outro fator importante é o aumento de crédito. Ao longo dos últimos anos a economia brasileira tem experimentado forte crescimento. O volume de crédito do Sistema Financeiro Nacional passou de R$ 417,8 bilhões em janeiro de 2004 para R$ 1,71 trilhão em janeiro de 2011.
O cenário é positivo e deve resultar em novidades técnicas, como a verticalização dos e-commerces. Esta tendência já está consolidada no mercado americano e no ano de 2013 deve se fortalecer no Brasil.

Ao mesmo tempo, surge a especialização e a curadoria para adicionar valor à esta segmentação. Um exemplo bastante interessante é o Wine.com.br, maior loja virtual de vinhos da América Latina. Além de vender vinhos, a empresa oferece a seus clientes conhecimento sobre a bebida. Este tipo de serviço tem impacto extremamente relevante na maneira como as pessoas consomem.
Comentado há pelo menos cinco anos, o mobile deve brilhar em 2013. A curva de adoção dos smartphones tem crescido exponencialmente. Dados da empresa de análises Flurry apontam que o Brasil é o terceiro país em que o mercado de smartphones mais cresce. De julho de 2011 a junho de 2012, o crescimento foi de 220%, o que torna o país o terceiro maior mercado de smartphones do mundo. O acesso à internet por meio desta nova tela é essencial para o desenvolvimento deste mercado.
O Brasil tem um perfil de usuários de celular bastante interessante: 80% de sua base é pré-paga e, para atingir esta fatia do mercado, em 2012 as operadoras de telefonia móvel começaram a oferecer planos bastante atrativos, a R$1 por dia. Muitos dos brasileiros têm o celular como sua primeira tela de acesso à internet e isso redesenha a maneira como eles consomem. Há dados que mostram uma penetração de internet de 42%, mas acreditamos que isso acontecerá, em sua grande maioria, via mobile.
Mobile, sem sombra de dúvidas, é uma área importante e cross em todas demais áreas digitais, principalmente para e-commerce e mídia digital. É inviável pensar nestas duas áreas sem pensar em mobile. A empresa que não fizer isso estará fadada ao fracasso. Mas é preciso pensar de maneira mobile e não apenas criar uma versão dos seus negócios para smartphones. As tecnologias estão mais inteligentes para ter uma interação entre o device e as demais telas.
Outra mudança substancial que começou em 2012 e terá continuidade nos próximos anos é no mercado de mídia digital. Pela primeira vez as pessoas vão mudar a forma de comprar mídia. A cadeia de mídia passa a ganhar novas ?caixas?, que antes não existiam. Estas mudanças estão transformando a maneira como se compra e vende mídia. Agora, a compra e venda de mídia passa ser em tempo real, o Real Time Biding (RTB). Esta tecnologia transforma o mercado de mídia.
O conteúdo também massa por um movimento de verticalização. Apesar de ainda terem um papel relevante no Brasil, os portais já não existem mais no resto do mundo. A audiência continua ser importante, entretanto, cada vez mais, a qualidade passa a ser mais relevante que a quantidade. Principalmente quando você comprar audiência e não impressão. A adoção de tecnologia de publicidade será boa para todo mundo e o conteúdo passa a brilhar neste contexto.
Outra grande aposta é nos serviços de geolocalização. Com o crescente aumento de uso de smartphones a geolocalização passa a ser um dos filtros mais importantes. Quase todos os players tentarão ficar mais próximos de consumidor. Aplicativos que indicam restaurantes ou pontos de interesse de acordo com sua localização serão cada vez mais frequentes.
Todas estas mudanças culminam em dez anos de geração de dados digitais. São tantos dados internos e externos ? da quantidade de vezes que alguém fez check-in na padaria ao número de fãs no Facebook ? que o processamento de tudo isso precisa ser bastante robusto e assertivo e a tecnologia big data será um negócio extremamente importante.
O mercado precisará dominar a inteligência dos negócios. Acreditamos que este será o principal drive do mercado de tecnologia nos próximos anos. Hoje já temos disponível tecnologias mais acessíveis, vendidas em modelo SaaS (Software as a Service), que constroem Data Warehouses, melhorando a capacidade de tomada de decisão. Será impossível sobreviver sem processar dados.
Olhando para este mercado de maneira mais ampla, notamos que os próximos anos serão completamente disruptivos. Há uma série de oportunidades latentes e quem conseguir inovar dentro destas tendências ganhará lugar de destaque no cenário brasileiro.
Fonte: Info notícias